segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Você errou ao entender. Não me entenda mal com essas palavras, o ódio foi a mim mesma. Me odeio por não conseguir te fazer sorrir, me odeio por não conseguir ser o que você espera que eu seja, me odeio por fazer tantas coisas erradas e nem ousar corrigir por ter medo de errar ainda mais. Me odeio, principalmente, por que você me deu a vida e eu não retribui com nada. Eu simplesmente sou terrível, um mostro. Abusada, chata. E sim, como você fala, rebelde. Agora vejo que isso realmente se aplica a mim da maneira como vejo a mim mesma. Me desculpe por ser assim, me desculpe por errar tanto. Me desculpe por tudo. Prometo que um dia você irá se orgulhar de mim, e eu irei te recompensar por tudo o que faz por mim. Eu amo você, espero que saiba. Mesmo eu sendo tudo isso, tão monstruosa, eu te amo de maneira sensível, afetada, calma e até as vezes, fútil. Fútil por eu não saber demonstrar o amor quebradiço que sinto por você. Sensível por eu ser tão vulnerável a ações necessárias. Afetada, porque eu não consigo entender direito essas ações. Eu te amo e acredito que um dia vai ficar tudo bem, voltar tudo ao normal. Eu vou tentar acreditar nisso. Minha vida está fechando uma porta e abrindo outra, na qual deve ter uma estrada de maravilhas. Mas por favor, entenda o que quero dizer e me diga isso amanhã. Por favor, escute o que digo, amanhã será um dia diferente e eu juro que irei te ouvir. Vou fazer o que eu tenho de fazer, mas me dê um pequeno tempo para eu me esvaziar, um pequeno tempo para viver. Porque hoje não dá para falar isso. Hoje não consigo. Amanhã eu juro que faço tudo. Apenas se lembre que eu amo você.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Minha ligação com a assassina é inevitável. O crime é cometido contra mim mesma, mas não consigo me prevenir. A assassina é calorosa, com uma lábia incrível. Ela sussurra as palavras, como uma dor maravilhosa. O sussurro gelado em minha mente acaba me controlando. Suas palavras são incrivelmente dóceis, suaves, amigas. Flutuam sobre mim na forma de sombras pretas que me contornam o pescoço. Sua risada é fatal. Antes amiga, agora mortal. Seus lábios sussurram freneticamente para mim, dizendo coisas que quero ouvir. E quando menos espero, as sombras me fecham a garganta. Impedem a respiração. De repente sinto minha pele doer. Chuva. Sorrio, pensando que a chuva me ajudaria. Mas não, ela, na verdade, me machuca, me dói. Corta aos poucos minha pele, deixando-a totalmente coberta pelo sagrado vermelho. É nesse momento que sinto o último arrepio subindo pela espinha, alivio a dor com um suspiro e não me aguento nem mesmo sentada. Deito no chão, eu posição fetal. Sinto meus olhos arderem e sei que estou chorando. Aquela assassina. Quem seria? Inspiro fundo, tentando controlar minha respiração acelerada. Eu sabia, só não queria acreditar nela. Naquilo. A verdade era que a Tristeza me matara, ela era a assassina. E naquele momento minha alma se encaminhava para virar escrava das doces e flutuantes palavras. Minha alma virava uma sombra. Uma mortal e dolorosa sombra.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Geralmente, quando me livro de problemas, fico feliz. Hoje não. Tudo quieto demais, parado demais. Silencioso demais. O arrepio da solidão me subiu pela espinha, fazendo-me tremer. Então, pensei que escrever sempre ajudava. Mas não deu certo. Palavras. No que elas vão realmente me ajudar? A tirar um peso inútil que irá voltar logo? Eu não sei porque estou assim, mas estou com medo. Não sei do que. Eu gostaria de me aquecer com algo que não fosse um cobertor. Eu queria estar coberta do calor amoroso, algo que não sinto há algum tempo. Eu queria os braços da antiga pessoa que me abarcava neles e me deixava chorar. Depois me levava para tomar sorvete. Não entendo porque essa pessoa mudou. De uma hora para outra. Eu queria poder infrentá-la, brigar com ela. Mas é essa pessoa quem manda em mim, como posso? As palavras não estão ajudando mais. Elas estão caindo em cima de mim com a força brutal da realidade. Antes eu sorria e brincava. Eu ria e fazia gracinhas. Era a mesma ridícula lesada. Essa mesma que hoje é trocada, humilhada, jogada, usada e maltratada. Antes as palavras me bloqueavam, me faziam sentir apenas a MINHA realidade. Eu sou tola. Burra. Hoje reconheço isso. Obrigada por me chamar de inútil pelas costas. Nada tem sentido, mas, se nem eu tenho, qual o problema? Tchau, cansei, palavras realmente me fazem mal.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Hoje...


Eu acho que estou mais feliz. O ar está mais respirável. Me sinto mais livre. O vento frio batendo em meu rosto após a leitura de meu livro predileto me acalma. Tenho me sentido assim desde que Brasília começou a realmente fazer sentido. Hoje tudo está marrom, verde e cinza. Cores naturalmente agradáveis e que sonho poder ver todos os dias. O horário de verão tem me feito bem, por menos que eu queira. O sol encoberto pelas nuvens amigas me faz sorrir. Acho que tive uma visão errada de onde vivo hoje. Aqui poderia ter sido um lugar perfeito desde o começo... Se não tivessem existido tantos obstáculos e idiotices minhas no começo tudo seria bem mais simples. Eu teria sido tão feliz quanto estou agora. Mas não adianta chorar pelo passado. Tenho que ver o presente e planejar o futuro. É o que vou fazer daqui para frente. Estou me dando bem. Realmente bem. Na escola e em minha verdadeira vida. Eu aprendi a não ligar para os outros. Eu aprendi, acima de tudo, que eu sou um ser humano. Alguém que é normal. Porque o normal é ser anormal, então, creio que me encaixo nesse padrão. Estou meio perdida entre palavras aqui. São tantas que querem sair de mim e pular para um belo texto... Parece que hoje tenho muito mais a sentir, provar. Provar de minha nova vida, uma verdadeira e divertida vida. Sem preocupações fúteis como antes me ensinaram que era a cidade em que vivo. Hoje eu vou me divertir. Hoje eu vou sonhar. Hoje eu vou aproveitar.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aqui jazem todas as lembranças ruins que guardei.


Aqui deixo minhas memórias como um epitáfio entalhado num túmulo, porque vou me livrar delas com um último suspiro, a última lembrança terrível, o último flashback em minha cabeça. Eu quero me sentir livre novamente, parar com minhas depressões momentâneas, escolher em quem acreditar, assumir ser decadente, mostrar o que quero. Naquele momento na sala, em que a curiosa professora de história pôs o tango para tocar e perguntou se alguém queria dançar eu queria ter me levantado, queria tomar alguém nos braços e dançar. Mas eu não fiz. Porque todo o meu passado, todas as lembranças ruins não deixam. Me prendem de tal maneira que não consigo me soltar. São como correntes. Eu quero deixar tudo isso aqui. Por isso esse título. Por isso eu digo: Eu esqueci de tudo. Agora, com esse último suspiro, declaro que minha vida pode ser melhor do que foi até agora. Prometo que vou me aventurar, prometo que vou deixar todas as minhas palavras e opiniões bem claras para todos e juro que vou tentar achar palavras que se encaixem no que sinto. Já suspirei, não evitei. Me sinto mais leve, como se estivesse cumprindo todas as minhas promessas, como se não precisasse de mais nada para viver, como se minha vida fosse apenas uma vida e como se eu pudesse ter outras, como se fazer besteiras fosse normal, como se um tapa no rosto não importasse, como se eu pudesse mudar tudo, como se a minha vida tivesse uma superioridade além do português e da matemática. Eu sinto que tem. Minha vida vai além. Ela vai até a felicidade.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Seis meses,


Não é pouca coisa. Podem quere botar defeito, mas não vão conseguir. Nossa amizade é sim, reservada, quieta. Mas nós duas sabemos praticamente tudo uma da vida da outra. Ela sabe de tudo e eu sei de tudo. Sobre nossa amizade perfeita, claro. Dizem que ninguém é perfeito, mas aí eu pensei: Se uma pessoa é metade do perfeito, duas juntas são o completo. Liguei isso à nossa amizade na hora. Thaís, olha, eu sei que tivemos contra tempos. Pouquíssimos, e pequenos, mas não deixam de ser. Eles foram provocados por uma pessoa não agradável, mas nos livramos disso, porque não deixaremos de ser melhores amigas por causa de uma menina abusiva. Nós duas sabemos que nossa amizade nunca esteve como um dia cinzento (apesar de amarmos chuva). Nunca precisamos chorar, nunca nada disso foi necessário, porque uma ter a presença da outra já era suficiente para nos tornarmos inteiras, completas, felizes. Esse texto é breve, mas sei que não preciso escrever para você saber o que tenho a dizer. Tudo escrito acima é uma forma de prolongar o "eu te amo" inevitável, porque é a verdade. Essas palavras são ainda muito pouco para falar o que nós duas temos guardado, mas que liberamos regularmente, todo dia 22. Vamos ao leão, compramos chá gelado, bebemos, rimos, ficamos feito idiotas, zoamos todo mundo, tiramos fotos e sabemos que aquele momento será inesquecível, marcará como mais um mês de amizade nos anos que espero que ela leve. Seis meses. 214 dias. 5.136 horas. É, muito tempo. Mas com você, ele passa muito rápido. Até demais. Eu sei que vou acabar com um "eu te amo" no fim desse texto, mas eu queria algo mais grandioso. Algo como "você é tudo pra mim", mas você já sabe de tudo isso, então, vamos ver algo que eu nunca disse. Você é tudo na minha vida, a minha melhor amiga de todos os tempos. Eu espero ser a sua também. Te amo, Thaís Mayanna.

sábado, 18 de setembro de 2010


Eu estava pensando... Pra quê ligar? Pra que ligar se uma foto não é boa? Pra quê ligar se estou metida numa briga? Porque toda essa preocupação? Aquilo é só algo que passa, que vamos esquecer. Mas uma coisa não se esquece, o que está dentro de nós. É difícil escrever isso aqui, já que meus pensamentos não estão se encaixando em palavras hoje. Eu estremeço a cada linha que escrevo. Uma lágrima brota em meus olhos e é engolida por minha vontade de não transparecer decepção. Mas a verdade é que estou decepcionada com o que me tornei. Uma pessoa previsível, aparentemente normal. Mas eu não quero ser normal. Nada é realmente normal. Já notou como uma criancinha fica admirada quando vê um cachorro? Isso é porque ela não sabe quando verá outro. Mas nós, vendo um cachorro, achamos completamente normal... algo que não deveria ser. Eu estou claramente decepcionada com o que Brasília fez para mim. Eu queria ter uma máquina para voltar no tempo. Voltar a ser ingênua e nem saber o que é um palavrão, voltar a ser uma menina que admira tudo o que vê, que consegue achar magia em cada toque. Mas hoje eu sou alguém que é tomada por normalidade, alguém que não precisa ser assim, mas é. Eu gostaria de dizer, com esse texto que está ficando completamente sem noção, que não preciso que minhas "amigas" leiam meus textos, não preciso que ninguém os leia. Apenas eu. Se você quer ler, é bem vindo, dependendo de suas intenções, mas eu te pergunto: Porque me deseja tanto o fracasso? Eu não preciso dele, eu sou feliz assim. Aliás, minha vida anda melhor do que nunca esteve, finalmente a falsidade parece ter saído da minha vida. Daí vem me dizer que sou falsa porque desabafo sobre tudo o que sinto em meus textos? Eles não são nada mais do que reais. Se você quer transformar a realidade em falsidade, você é a falsa aqui, sinto muito. Mas, olha, sei que não gosta de mim, tem aquela amargura guardada no peito para mim. Olha, eu só quero te dizer que não preciso te dar uma resposta curta e grossa, só quero que você note que não preciso de você, minha vida está bem sem. E outra coisa, você pode ficar com sua vida muito bem, assim como a minha, eu te trato com indiferença, passe a me tratar assim também. Fica uma dica do que aprendi.