sábado, 20 de março de 2010

Minha loucura sou eu !

Na casa enorme de mármore branco, você parou. Sentou no sofá preto. O preto que era como ilusão. Dele, surge o branco, e esse branco, pode ser o que eu quizer. Fico atordoada, sem querer, vejo tudo preto, o preto que nao posso modificar. E caio. Você? Nem sequer percebeu. Tambem estava desmaiado no breu. E tudo se transformara numa sala escura e vazia. Acendem-se as luzes, parede branca, chão branco. O único ponto de cor, sou eu. Aquilo, a imensidão profundamente silenciosa e branca. O silêncio se rompe. Meu gemido de dor, ilusão. Me vejo no chão, contorcendo-me, a procura de alguem, alguma alma viva. Ouço minha própria voz em resposta. O gemido alto e agudo ecoando por toda aquela imensidão. Depois de meu gemido acabar, o silêncio era tanto que se ouvia um zumbido, era como uma abelha, presa dentro de meu ouvido, como se essa abelha tentasse sair com seu zumbido mínimo. Um zumbido que perfurava meus tímpanos. Gritei bem alto, na tentativa de me livrar daquele zumbido que tanto me perturbava, e ouvi o mesmo grito em resposta. Fui correndo, querendo saber o quanto aquela imensidão se estendia. Logo bati numa parede, lá nao era tão grande como eu pensara. Um ruído escutei. Como uma porta sendo aberta. Virei-me. Uma porta estava aberta. Atropelei a mulher que levava um prato com uma sopa fumegante. Essa que derrubei em sua roupa. Enquanto ela resmungava freneticamente, eu corria pelo corredor desconhecido pensando: "nao atingirei a loucura se fugir". Por isso pulei a janela ao fim do corredor que nao mais se estendia. Tudo enegrou-se, e novamente eu estava tonta. Na tentativa de abrir os olhos vi que várias pessoas me reconfortavam. Perguntei o que acontecera. Eles disseram para eu ficar calma, havia passado. Não querendo nada mais, virei-me e dormi, voltando para a loucura do país dos sonhos em que eu governava. Ou melhor, nao dormi. Tive medo do meu próprio 'eu' particular. Hoje tento combater meus pensamentos de loucura com a ajuda daquelas pessoas, mas não é suficiente. Ajuda não ajuda. Minha loucura é boa. Não vou mata-la senão morrerei, porque eu sou ela e ela, sou eu.

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