sexta-feira, 30 de julho de 2010

Alone

Eu estava sozinha. Havia acabado de receber xingamentos por mensagem instantânea. O terraço de meus tios estava gelado, como o resto da noite. Fiquei ali sozinha, por um bom tempo. Pensando que os xingamentos eram verdade e que eu nunca fui como queria ser. Nunca havia sido um orgulho para os pais, nunca tinha sido um exemplo para os primos e irmão, nunca tinha sido elogiada na escola. De repente me senti um fardo que meus parentes carregavam. Me senti num beco sem saída. Me senti sozinha no mundo pela primeira vez. Enquanto minhas lágrimas desciam por sobre as bochechas eu ouvia no andar de baixo, risos e gritinhos surpresos de crianças, ouvia meus tios e seus amigos, conversando e bebendo. Ouvia o som do divertimento de ambas fases. Mas não ouvia um som que adoraria ouvir. Meus amigos e eu, rindo, zoando e comendo chocolates. Porque eu não tinha amigos naquele momento. Eu não tinha ninguém. Só tinha minha imaginação fértil que já havia pensado ser demais, ser perfeita. E aquela sensação resultou num tremor que desceu da minha cabeça, até meus pés. Depois disso parecia que o amor havia saído de mim. Eu não ligava. Estava sempre triste, sem querer estar feliz, eu parecia um robô. Bem que eu queria ser.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Rídiculo

Eu penso que não sou perfeita. Fico triste. Percebo que todas as pessoas são mais perfeitas do que eu, porque vivem em um só universo. Percebo também, que eu escrevo e que ninguém lê, que eu canto e ninguém aprecia a música, que eu sorrio e ninguém nota, que eu choro e ninguém vê. Mas quando o que faço é errado, eu não sou invisível. Isso me deixa com lágrimas nos olhos. Aqui estou agora, escrevendo algo inútil que ninguém vai ler. Essas palavras não deveriam estar aqui. Elas só ocupam espaço num local que pode ter algo melhor. Já que essas palavras surgiram de mim, são inúteis como eu. Tudo que é meu ou que eu crio, é totalmente ridículo, invisível. E eu digo, mesmo um alguém ou outro me contrariando, que não sirvo para nada, que sou algo tão cretino a ponto de poder ser tão desprezada que estou na última posição. Mas por que será que tudo o que faço é tão retardado? Eu sei que muitos responderão: "Porque você é retardada", mas não ligo, porque a resposta está mais além. Eu queria alguém que não me dissesse que não presto, queria alguém que sorrisse comigo, que chorasse comigo. Nada está bom. Não quando eu faço. Essa coisa idiota que será ridicularizada por mim quando ler, é um desabafo que não devia ser feito porque ninguém vai entender. Se minha mãe ler, ela vai dizer que eu tenho tudo e que ainda estou insatisfeita, minha melhor amiga vai achar que é em relação a ela, mas não é. Serão muitas pessoas reclamando, mas eu não estou nem aí. Não quero saber. E sim, eu estou chorando.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Birthday

Não foi um dia comum. Não mesmo. Acordei muito tensa porque era tarde e eu estava atrasada. Mal comi e entrei na minha doce internet, como de hábito. Minha casa estava em confusão. Parece que furacões a rondam e que estamos bem no meio dele. Meus primos, meu irmão, meus tios e meu avós estão aqui. Quero mesmo que eles fiquem. Muito. Mas não vão tanto tempo. Enfim, voltando ao meu dia, eu mal lembrei de que dia era e perguntei a minha avó:
- Que dia é hoje?
- Vinte e dois, porquê?
Dei um pulo e gritinhos de felicidade. É hoje! Fiquei feito boba pensando no futuro, num quarteto que parece incansável. Bem, sorrindo - durante o dia todo - fui à sua casa. Foi constrangedor. Você e sua família almoçavam. E eu, com minha cadela suja e meu irmão grudento, fui te chamar para beber chá, é, não foi tão boa ideia. O que importa é que no fim do dia nos encontramos. E que fazem quatro meses que estamos unidas. Minha melhor amiga hoje e sempre, aquilo que a revista Capricho chamaria de BFF é pouco para mostrar nossa amizade, creio que ela durará para sempre, mesmo você tendo me jogado na areia suja, acho que foi o troco para minhas brincadeirinhas com seu gesso né? Tenho certeza que você riu quando leu, assim como eu. Eu te amo minha melhor, é isso que importa, nada e nem ninguém vai nos separar.
Thaís <3

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Família.

A sala, repleta de gente. Em festa. Todos sorrindo e comendo. Aqueles são meus parentes. Meu tio cozinheiro, pedindo a todos que experimentem seu molho novo. Minha mãe, com a grande barriga grávida e conversando sobre o bebê. Minha prima Isadora, tocando seu violão e enlouquecendo. Minha avó, comendo e rindo. Enfim, todos se divertindo, menos eu. Eu estou reservada num canto. Porque não estou nem numa fase, nem noutra. Não estou lá fora brincando de pega-pega, porque não sou criança. Não estou conversando com os adolescentes, porque não sou uma. E eu sento no chão, com uma caixa de doces. É, família tem sido isso pra mim.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O fake é,

um lugar onde você tem segredos que pode compartilhar. Um prado verdejante e com um cheiro primaveril onde você pode se deitar e esquecer os problemas. Um sonho cheio de nuvens em que você não está sozinho! Você tem amigos para ir ali e com a imaginação ver uma loja de roupas, uma sorveteria. Na qual vocês se divertem e riem muito. Porque aqui, com o simples poder único que cada um de nós traz dentro de si, você conquista amigos e amigos e amigos, logo tem tantos que nem sequer consegue ficar com todos ao mesmo tempo. Mas isso é só no começo. Porque depois as nuvens se transformam em uma verdadeira cilada, e você percebe o porque que o nome daquilo é esse. FAKE, significa falso em inglês. Você vê que as nuvens e a imaginação eram uma armadilha. E os meus amigos? - Você pensa, tentando fugir do vício. E quando você olha, eles estão lá, sofrendo. Você vai salva-los. Aqueles para quem jurou que nunca deixaria estão indo, então você vai também! O vício te deixa louco. Logo quer só a Internet, 24 horas por dia. 25, até, se fosse possível. Você não come, não dorme. Morre por um computador.
Digo tudo isso porque eu entrei nesse buraco mas eu saí. Eu não dependo mais do fake. Até porque a minha casa aqui está sendo destruída. É aí que eu te faço uma pergunta. PORQUE ESSE PRECONCEITO CONTRA XEMS, CONTRA CAPENGAS? Porque alguns dias depois vocês estão aí, falando: " Ah, capenga, que época boa "
Vocês já foram novatos e já foram capengas né?
Então vamos juntos como a família que julgamos ser, A FAMÍLIA TRUE. Juntos para o que der e vier, procurando fazer amizades e aderir outros à família. Porque se dizemos ser uma família, vamos agir como uma. A família true está aberta, estamos recebendo de braços abertos, xens e capengas. É só vir, a família true é feita de verdades.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mentiras.

Sabe, hoje quero falar de uma coisa diferente. Vamos começar pela escola. Nela aprendemos o que a sociedade julga ser importante, não é? Mas será mesmo que não existem perguntas mais importantes esperando uma resposta? Como por exemplo, quem é você? Eu sou a Beatriz Melo, claro. Mas isso não explica totalmente o meu ser, isso mostra que tenho um nome! Isso nos leva a seguinte pergunta: Como eu sou? Será que existem palavras para descrever?
E o mundo? Mesmo que Deus o tenha criado, será que Deus sempre existiu? Acho que não porque alguém ou algo teria que existir para Deus poder existir. Mas então como tudo começou? Porque se existe, é porque já teve um começo, ou não? E agora quero falar uma coisa que aconteceu comigo hoje de manhã, uma decepção. Pois é. Mas você sabe porque existem mentiras? Para esconder algo que você não quer que as pessoas descubram. Foi isso que me chocou hoje. Experimentei uma sensação que era como lamber uma lixa. Algo que tinha uma embalagem lindíssima que parecia picolé, mas agora que eu abri a até já provei, sei que é só uma lixa, dura e áspera, algo que não me leva a nada além de machucados. É por isso que adoraria voltar para Minas Gerais. Lá não existem mentiras. A única razão de eu permanecer nesse universo de dor é minha única e melhor amiga, Thaís. Porque sem ela, eu percebo que nunca cheguei ao perfeito jardim da amizade completamente. Ela é a única fresta que existe num muro cinza, a pequenina passagem pela qual posso ver uma rosa do jardim.