sexta-feira, 30 de julho de 2010

Alone

Eu estava sozinha. Havia acabado de receber xingamentos por mensagem instantânea. O terraço de meus tios estava gelado, como o resto da noite. Fiquei ali sozinha, por um bom tempo. Pensando que os xingamentos eram verdade e que eu nunca fui como queria ser. Nunca havia sido um orgulho para os pais, nunca tinha sido um exemplo para os primos e irmão, nunca tinha sido elogiada na escola. De repente me senti um fardo que meus parentes carregavam. Me senti num beco sem saída. Me senti sozinha no mundo pela primeira vez. Enquanto minhas lágrimas desciam por sobre as bochechas eu ouvia no andar de baixo, risos e gritinhos surpresos de crianças, ouvia meus tios e seus amigos, conversando e bebendo. Ouvia o som do divertimento de ambas fases. Mas não ouvia um som que adoraria ouvir. Meus amigos e eu, rindo, zoando e comendo chocolates. Porque eu não tinha amigos naquele momento. Eu não tinha ninguém. Só tinha minha imaginação fértil que já havia pensado ser demais, ser perfeita. E aquela sensação resultou num tremor que desceu da minha cabeça, até meus pés. Depois disso parecia que o amor havia saído de mim. Eu não ligava. Estava sempre triste, sem querer estar feliz, eu parecia um robô. Bem que eu queria ser.

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